Em diferentes países do mundo, milhões de empresas fecharão nos próximos meses devido ao cessamento de faturamentos devido ao surto do COVID-19.
Confesso que quando publiquei o artigo “Marketing digital não é o futuro... é o presente!” no final de janeiro, não imaginava que um evento dessa magnitude fosse impactar tão brevemente o cenário dos negócios, mas já previa a necessidade urgente dos negócios migrarem do meio físico para o digital como principal forma de sobreviverem em um mundo onde o e-commerce já é uma realidade definitiva. A pergunta mais recorrente que escutamos dos nossos clientes e parceiros é: "Como podemos transformar nossa loja física em um e-commerce?”. E mesmo dentro da nossa equipe, essa é uma questão que estamos reavaliando, pois toda a mudança na abordagem e estratégias de vendas em um momento delicado como esse, possui forte impacto na indústria, no varejo e no setor de serviços. Todo nosso entendimento em relação aos negócios mudou repentinamente. E as equipes de marketing dos mais variados lugares do mundo estão sendo obrigadas a rever seus processos. Em meio a essa realidade, partir para o e-commerce parece ser a decisão mais simples e óbvia a ser tomada, mas nem sempre significa que seja a mais tranquila. Por isso, aqui estão 3 pontos que nosso time está levando em consideração ao repensar os planos de marketing digital daqui em diante.
1. Reveja seus objetivos iniciais. Nem todo produto ou serviço funciona com venda online.
Só porque você pode fazer um e-commerce não quer dizer que você deva. Volte aos objetivos iniciais do seu negócio e escreva um novo briefing atualizando sua equipe sobre qual a razão de ser da sua empresa. Se uma das metas for lançar novos produtos ou captar novos clientes, talvez uma pesquisa de público seja interessante antes de iniciar seu projeto e se ele ainda não for adequado para vendas digitais, recomendamos fortemente que você repense o formato desse produto. Considere como esse produto será consumido no contexto atual e não se esqueça de verificar se a sua estrutura logística é adequada para o seu público. Um e-commerce cujo objetivo principal é o de vendas nacionais ou internacionais, por exemplo, pode não se encaixar bem em um momento de incertezas estruturais em todos os países onde portos e aeroportos estão completamente paralisados, por exemplo. Pense sobre seus principais objetivos e trace alternativas. Seus esforços podem ser melhor aproveitados em uma abordagem bem planejada.
2. Cuidado com o excesso de produtos à venda.
“A gente vende um pouco de tudo!” é algo que tem sido bastante repetido ultimamente, e tenho certeza de que a frase vai além dos muros da Internet. As lojas online conseguiram se estabelecer como uma maneira de substituir as compras presenciais e os marketplaces tem tomado a rede com uma grande voracidade. Mas lembre-se: o fato de poder realizar vendas online não significa que seja simples. Considere que cada vez mais pessoas estão vendendo de tudo, ou seja, você está competindo com gente que nem empresa aberta tem. Não dá garantia, não cobra pela entrega, etc. Se for para pagar pra trabalhar, é melhor continuar na sua quarentena e esperar os concorrentes quebrarem antes de você. Então foque nos produtos que as pessoas estão mais propensas a comprar e deixe os supérfluos em segundo plano (pelo menos no primeiro momento)
Repense: Sua loja vai vender constantemente? Se houver um real motivo para as pessoas comprarem produtos que sejam importantes e relevantes, que sejam essenciais para o seu público, o e-commerce pode ser um bom caminho para reduzir custos de processo. Ainda assim, você pode incluir “combos” com produtos complementares que aumentem o seu ticket médio e diluam os seus custos.
Lembre-se: você não terá público presencial na sua loja online. Vendas pelos canais eletrônicos costumam ser realizadas nas horas vagas dos seus compradores… às vezes de madrugada, por exemplo. Em um contexto onde reduzir o custo operacional é essencial, você pode ter uma ou duas pessoas para checarem as vendas realizadas 4 ou 5 vezes ao dia e separarem os produtos todos de uma vez, ao invés de ficarem separando um a um. Mas isso só é válido se você não trabalha com sistema de entregas imediatas, como uma lanchonete no iFood ou um supermercado que oferece entregas em horários agendados.
3. Aproveite outras vias para divulgar seu negócio.
Faça um balanço do que você pretende entregar e responda a questão: este produto poderia ser viabilizado em que outros formatos e em que outros canais? Inclusive, não subestime os seus próprios canais: seu site, email marketing, blogs, redes sociais. Um exemplo é o trabalho que uma das nossas equipes está fazendo: um conteúdo que seria vendido pelo site oferecido aos clientes que já compraram antes através de Whatsapp com cupons de desconto exclusivos (e de validade curta), que poderão ser entregues através dos seus próprios canais de marketing. Se o lojista tem em mãos o histórico de compras do cliente, pode realizar um CRM que aumenta em muito as chances do produto ser vendido novamente em oportunidades futuras a um custo mais baixo e previsível, tanto para o lojista, quanto para o cliente. Esse CRM pode ser manual (com análise humana, se suas vendas forem mais exclusivas) ou automatizado (no caso de vendas com grande volume de produtos e/ou clientes). Olhando para o futuro Esses tempos nos ensinarão muitas lições sobre a eficiência do trabalho remoto, e podem nos fazer reavaliar a quantidade de vezes que entramos em um meio de transporte, para realizar compras corriqueiras. Essa é uma boa reflexão. Mas, ainda assim, nós apostamos na perenidade das vendas presenciais — mesmo com uma capacidade de vendas ligeiramente diferente. Enquanto trabalhamos durante a pandemia, sentimos que essas vendas serão mais valiosas do que nunca, ainda mais quando todo mundo voltar a caminhar livremente. Na sua essência, vendas presenciais são experiências compartilhadas. E esses eventos nos lembram que, como seres humanos, reunimos em um só lugar nossas personalidades, talentos e relações de trabalho, elementos que ajudam a construir negócios coletivamente todos os dias. Mas até que as vendas presenciais possam acontecer novamente, é importante repensar nossas práticas e processos nos tempos atuais. Em um cenário onde o mundo todo se desorganizou, aqueles que conseguirem se reorganizar de maneira mais ágil estarão em posição de vantagem. Pense nisso!
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